Começou quando a esposa insistiu na contratação daquela jovem. Acaso têm os jovens efeitos inebriantes? Era de se esperar o resultado. Ele, 45 anos, corpo de 43 com malhação, rico e bonito. Ela, 17 anos, corpo de 17 com malhação, pobre e desinibida. Os primeiros passos foram sorrateiros, como convém quando se quer testar o terreno. Ela passava fingindo desatenção, deixando cair o espanador bem próximo dele, abaixava-se para pegar tomando o cuidado de esbarrar seu quadril no dele, que fingia examinar discos antigos na sala de estar. Depois, vieram os comentários, “nossa, o senhor deve se exercitar bastante, né seu João?”, “gostei do novo corte de cabelo, seu João”. Daí ao flerte despudorado, foram dois ou três olhares desejosos, “duvido o senhor me dá um beijo aqui e agora, o senhor não tem coragem”. Ante a negativa (ele queria, mas não devia), ela apelou “se o senhor não me dá um beijo eu digo pra sua mulher que o senhor anda se esbarrando em mim de um jeito estranho, ela vai ficar uma fera”.O casamento que fosse para os diabos, agora era com ele, “menina nova não brinca assim comigo”. Homem não tem jeito, aperta que espana. Mas, e isso ele lembrou logo, o sexo tinha se tornado algo casual, praticado religiosamente às sextas-feiras depois da novela. Fazia-se de qualquer jeito e dormia-se muito. “Será que eu dou conta de uma moça assim? Será que eu ainda levo uma garota à loucura? Será?”. Só pagando para ver.
A coisa toda se programou de telefonemas e bilhetes escondidos. Quinta. Ele sairia mais cedo. Ela não iria trabalhar, combinaram um bar afastado, que se freqüentava de gente pouco observadora. E então o motel mais afastado. E assim foi. Aqui entrariam algumas linhas a respeito do resultado entre quatro paredes, mas não faria qualquer diferença para a história. Na saída, o problema: a irmã de sua mulher resolvera levar o novo namorado ao mesmo motel, no mesmo dia, apenas 23 minutos mais tarde.
Claro está o final dessa história. A moça perdeu o emprego, a que ela jamais deu o devido valor, suas intenções eram outras. Resta-nos o senhor João. Diante desse absurdo, a coisa toda nunca fica impune. Advogado famoso na cidade, o caso correu de ouvido em ouvido todo o pequeno município. Os clientes começaram a rarear. Mas esse era problema menor. Com o tempo a fofoca desaquece. O problema foi em casa mesmo. Terminou quando a esposa insistiu na assinatura do divórcio.
A coisa toda se programou de telefonemas e bilhetes escondidos. Quinta. Ele sairia mais cedo. Ela não iria trabalhar, combinaram um bar afastado, que se freqüentava de gente pouco observadora. E então o motel mais afastado. E assim foi. Aqui entrariam algumas linhas a respeito do resultado entre quatro paredes, mas não faria qualquer diferença para a história. Na saída, o problema: a irmã de sua mulher resolvera levar o novo namorado ao mesmo motel, no mesmo dia, apenas 23 minutos mais tarde.
Claro está o final dessa história. A moça perdeu o emprego, a que ela jamais deu o devido valor, suas intenções eram outras. Resta-nos o senhor João. Diante desse absurdo, a coisa toda nunca fica impune. Advogado famoso na cidade, o caso correu de ouvido em ouvido todo o pequeno município. Os clientes começaram a rarear. Mas esse era problema menor. Com o tempo a fofoca desaquece. O problema foi em casa mesmo. Terminou quando a esposa insistiu na assinatura do divórcio.

11 Resposta(s):
Olá. Venho do coletivo no qual escreves. Consta por lá que és professor e, ainda que não, escreves tal qual - tens toda aquela característica etc. Gostei do que li; deixo os meus cumprimentos.
Hi Zé!
Gostei da história.
Seria surreal se terminasse de outra forma.
Tá vendo, sempre colocando a culpa na mulher... tcs tcs tcs. Vcs homens sem conseguir segurar seus instintos neandertais. Argh!
Se ele a tivesse traído com uma prostituta de luxo talvez ela o perdoaria? Por ser uma simples empregada doméstica ela não aceitou a humilhação?
hehehehe
Mulher perdoa cada coisa... ou não!
bem feito para o sr. João!
Rapaz, fazia tempo que eu não passava aqui. Perdi (aliás, ganhei) um bom tempo colocando a leitura em dia. Tudo ótimo como sempre.
odeio o fato de que você não atualiza o blog, que o depósito acabou, e que eu não sei nada sobre sua vida. espero que esteja bem, você é um cara legal que eu admiro.
um beijo
odeio o fato de que você não atualiza o blog, que o depósito acabou, e que eu não sei nada sobre sua vida. espero que esteja bem, você é um cara legal que eu admiro.
um beijo [2]
hahah
interessante,uma situação normal que nunca esperamos pra gnt,mas quando se torna realidade vira uma bomba.
Muito bom Zé,pra variar! :)
há!o texto da aula =D e sem a vaca louca rsrsrsrsrs
Caramba! Como faz tempo...
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