O Soldado Amarelo virou cinza, a fuga virou escape, a areia virou concreto, mas a vida ainda era a mesma caatinga. Fabiano quis falar, mas não falou, não era bom com palavras. Então se condena um homem ao sul mesquinho por tão pouco? Então o sul é um São Paulo sem dono? Quem vai nos pôr no lugar? O menino mais velho viu uma vaquinha colorida na calçada. Há tempos não via uma tão gorda, o sino não tocava. Moleques de sapato colorido. O menino mais novo dormia e acordava pra comer o que não se tinha. O Soldado Cinza veio expulsá-los. Sinhá Vitória estava vencida. Venceu o sul, o sal de São Paulo.
E a fuga é só mais um nome que se dá ao desespero de não se pertencer ao que te é lar por direito. O Nordeste pode ser bonito. Feio é não querê-lo, como não o quis, por alienação comprada, os fabianos, as baleias, as sinhás vitórias, os meninos velhos e novos que aportaram num sul que morre da desesperançosa esperança infundada. Dorme sob a ponte, para acordar sob o mesmo céu de garoa. Sem reclamar. Então é isso que um sertanejo vem fazer aqui? Se soubesse lá ficava. Para amar o que é meu, e dele tirar proveito. Ah, vida que só é vida nos calcanhares dos outros. De ti não se quer nem as mais repetitivas bem-aventuranças.
Lerdo acaba de passar pelo sertão das Alagoas. Lá descobriu um velhinho chamado Graciliano. Foi esse senhor simpático quem ditou essa história para nosso querido furgão. Pediu para que espalhássemos por aqui que o sertanejo continua retirando... Lerdo ainda não sabe, mas conheceu um santo.
E a fuga é só mais um nome que se dá ao desespero de não se pertencer ao que te é lar por direito. O Nordeste pode ser bonito. Feio é não querê-lo, como não o quis, por alienação comprada, os fabianos, as baleias, as sinhás vitórias, os meninos velhos e novos que aportaram num sul que morre da desesperançosa esperança infundada. Dorme sob a ponte, para acordar sob o mesmo céu de garoa. Sem reclamar. Então é isso que um sertanejo vem fazer aqui? Se soubesse lá ficava. Para amar o que é meu, e dele tirar proveito. Ah, vida que só é vida nos calcanhares dos outros. De ti não se quer nem as mais repetitivas bem-aventuranças.
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3 Resposta(s):
Essa coisa dos nordestinos que saem daqui de cima com a ilusão e esperança de que por aí tudo será melhor, muitas vezes acabam por se decepcionar mesmo. A realidade é bem diferente do sonho.
'e quem vende outro sonho feliz de cidade aprende depressa a chamar-te de realidade...' caê.
beijo
Panaméricas de Áfricas UTÓPICAS, túmulo do samba, mais possível novo quilombo de zumbi.
uma bela releitura do Graciliano - se bem que prefiro crer que Fabiano ficaria por lá mesmo, por saber que esse negócio de vir pro sul é só trocar de sertão.
do árido pro concreto.
beijos!
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