
Quando eu olho para trás e vejo meu passado, lembro das paixões juvenis. A Laura lá na quinta série, as professoras Mariangela e Fabiana na sétima, a Juliana da rua de cima, Julianne Moore, Didi Vagner, tantas antes, outras tantas depois. Platonismo, admiração, desejo, cada uma a sua maneira, todas n'água. Não que eu tivesse qualquer chance com a minha Julianne Moore, talvez nem com a minha Juliana, não saberei. Mas não sou o único, é certo. Paixões juvenis, quem não as teve na vida? Não são apenas para jovens, kakazetes, aluninhas de colégio, pessoas retraídas, garotos na puberdade. Curioso, mas paixão juvenil também é arte. O porquinho-da-índia do Manuel Bandeira, a primeira namorada era o bicho de estimação. A Patrícia Poeta do Veríssimo, crônicas e poemas à garota do tempo. Lembra da música? "É ela menina que vem e que
passa, num doce balanço a caminho do mar". Passa... "Garota de Ipanema" é o resultado da paixão juvenil de dois gênios, um hino, em causa própria. Amores desse tipo acometem-nos a vida toda!
Tudo isso para apresentar a você minha mais nova paixão, Jade Barbosa. Isso mesmo, a ginasta. Há tempos não tinha uma paixão platônica, estava ficando desacostumado, achando que tinha perdido essa veia. Mas surgiu Jade, que também já é minha, como Juliana e Julianne. Começou numa tarde destas férias, na minha caça por regozijo patriótico no Pan nosso de cada 4 anos. Zapiando entre as transmissões esportivas, paro no rosto choroso da menina. Pronto. Eu a amo. O ouro do dia seguinte, a desforra contra as americanas, o hino nacional, eu já não via mais nada, apenas esperava minha Jade. Ela parou de aparecer, com o fim das competições de ginástica. E eu, como todo bom apaixonado, fui para a Internet. Fotos, Youtube, Orkuts falsos (e o verdadeiro!) . Tudo para que a chama não se apagasse. Encontrei algo bom para fazer nas férias: amar a Jade. Porque é assim que a gente diz. Amo! Paixão juvenil é sempre com Amor, "eu gosto muito" é outra coisa. E fico feliz pois reencontrei o tipo de Amor que nós perdemos pouco a pouco nos desvios, o puro. Só me resta agradecer a Jade, por estar ali para ser amada, platônicamente amada. E quando vier a próxima, querida Jade, não fique triste, esses amores não morrem, apenas se multiplicam na experiência. "É a coisa mais linda que eu já vi
passar...".